segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Antologia Água Escondida - Poesia de amigos- Natalícia


Água Escondida: Livro de Poetas


Há mais de um ano, o site Nitnegócios está disponibilizando, semanalmente, poesias de autores nascidos e/ou radicados nesta Cidade, participantes da antologia ÁGUA ESCONDIDA, organizada por NEIDE BARROS RÊGO. Em dezembro de 1994, ano em que foi publicada, todos os 234 estavam vivos. Passados quinze anos, muitos dos poetas já “se encantaram”. Mesmo assim, suas produções, suas fotos e seus dados biográficos estão sendo divulgados.


A poetisa Gilda Clarice Graça (1960) é a homenageada desta semana. Veja, abaixo o seu poema e seus dados biográficos publicados na página 90 de Água Escondida. Conheça, também, os outros 59 autores homenageados pelo Nitnegócios.



MEMÓRIA



Gilda Clarice Graça



O tempo das conquistas

dobrou a esquina

e eu nem vi.

Onde está o moço inteligente,

construtor de sua vida?

Coisas do passado,

irremediavelmente perdidas.



Estranhos a nós mesmos,

caminhos e passos já não se encontram.

Será a resposta?

Talvez a pergunta

não possa ser repetida

e vamos ter que aguardar

o fim.



Bate à porta

a multidão desconhecida

dos lugares em que vivi.

Será assim?

A dor não tem nome próprio,

mas, se tivesse,

chamar-se-ia Memória.



Antologia Água Escondida (1994). Página: 99



*GILDA CLARICE da Silva Barroso GRAÇA Gonçalves (Niterói, RJ, 28 jul. 1960). Educadora e declamadora. Fez Teatro, Desenho, Pintura e Arquitetura. Aos nove anos já escrevia poemas e contos. Em 1983, fundou, com mais cinco poetas, o Grupo Nós no Sobrado. Poeta premiada em vários concursos. Participou dos livros Di Versos, 1981; Nus Encontramos..., 1983, este último prefaciado por Pedro Nava.



***

Autores já homenageados por nós: Luís Antônio Pimentel (1912), César de Araújo (1943-2006), Abeylard Pereira Gomes (1914-1999), Marcos Almir Madeira (1916-2003), Edmo Rodrigues Lutterbach (1931), Vilmar de Abreu Lassance (1915-2009), Alaôr Eduardo Scisínio (1927-1999), Nemécio Calazans (1918-2002), Neide Barros Rêgo (1938), Wanderlino Teixeira Leite Netto (1943), Luiz Simões (1927-1995), Armando Vaz Teixeira (1921-2007), Lizair Guarino (1930), Moacyr Sacramento (1945), Stelling (1960), Balbina Ferreira (1915), Angela Di Gemesio (1948), Antônio Soares (1933), Alda Corrêa Mendes Moreira (1926-2009), Geir Campos (1924-1999), Ricardo Fagundes (1946), Sergio Caldieri (1952), José Livio Dantas (1934- 2002), André Varella (1975), Gracinha Rego (1947), Paulo Roberto Cecchetti (1948), Aparecida Barreto (1935), Almanir Grego (1909-1997), Osvaldo Pires de Holanda (1921), Leda Mendes Jorge, Marly Prates (1934), Alcir Chácar (1933), Laudyr Neves Bruno (1928), Sália Véra (1938), Mário Monteiro (1907-2000), Marly Medalha (1934-2001), Geraldo Bezerra de Menezes (1915-2002), José Inaldo Alonso (1929), Áurea Maria (1922-2005), Neusa Peçanha (1935), Salammbô Pessoa (1919), Hermoclydes Siqueira Franco (1929), Sávio Soares de Sousa (1924), Sebastião Paulino Campelo (1944), Elenir Moreira Teixeira (1934), Ângelo Longo (1935-1997), Milton Nunes Loureiro (1923), Miguel Coelho (1934-2007, Manita (1922), Lyad de Almeida (1922-2000, Horácio Pacheco (1916-2005), Carlos Tortelly da Costa (1912-2003), Hulda Pinto Rabelo (1923), Beatriz Escórcio Chacon (1948), João Rodrigues de Oliveira (1911-1998), Hermes Santos (1934), Mariney K.R. (1945), Fernando Henriques-Gonçalves (1933) e Franci M. Darigo (1939).


No final desta página, podem ser lidas algumas manifestações sobre Água Escondida.


Para adquirir este livro, ligue para (21) 2714-7435 begin_of_the_skype_highlighting (21) 2714-7435 end_of_the_skype_highlighting ou (21) 2711-2378 begin_of_the_skype_highlighting (21) 2711-2378 end_of_the_skype_highlighting

Para a minha surpresa encontro poesias de personalidades Riobonitenses e dois deles foram meus professores, aqui estão:


BODAS DE RUBI

Angelo Longo



Rubi. As bodas são um marco. Vivo

de um juramento a dois, feito desejo:

– noite maior, estrelas e lençóis;

madrugada menor, aurora ainda.



A cor registra trinta e cinco. Em meio

aos anos de querer, e querer tanto,

teu peito e o meu, tão moços, na distância,

tão perto batem, velhos, mas amantes.



Rubi é sangue, é vida, é testemunho.

Registro rubro, fiel de muitos anos,

amar, amor, não sei, paixão tamanha.



Quero-te agora, ainda, e por eterno:

– mil bodas em que eu goze mil silêncios,

milhões de sons na pedra de um rubi.



para Wilma



Antologia Água Escondida (1994). Página: 37



*ANGELO LONGO (Rio Bonito, RJ, 19 ago. 1935). Professor universitário. Das Academias: Niteroiense de Letras, Fluminense de Letras, Brasileira de Ciências Sociais, Clube de Poesia de Rio Bonito e Cenáculo Fluminense de História e Letras. Publicou: Árvore Adulta, 1966; O Mudinho da Rua da Praia, 1970; Poemas do Corpo Branco, 1974; Sociologia, 1975; Dominação & Mudança, 1985; Ismênia, Ismênia, 1992; O Abolicionismo como Ideologia de Transição, 1993.


A Areia Pequena

Lizair Guarino



Um pedaço de mar,

ondas,

areia

que vai e que vem

sem destino.

Agarra-se à pedra,

chega-se à outra

e cresce

no mar,

que de estrelas

está cheio.

O mar, que se lança

de encontro aos rochedos,

transforma e destrói

a areia pequena,

que brilha e reflete,

por vezes,

um pedaço de lua.

Se lança

tão solta

de lá para cá,

subindo,

descendo

bem fundo.

Lá longe

a lua distante,

bem longe também

pequena,

pequena.

A luz já não chega

à pequena areia,

que vai e que vem...



Antologia Água Escondida (1994). Página: 151



*LIZAIR de Moraes GUARINO (Rio Bonito, RJ). Formada em Direito e Administração. Presidente da Federação Nacional das Sociedades Pestalozzi; da Sociedade Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro; do Conselho Municipal de Apoio às Pessoas Deficientes e Programas de Conduta, entre outras entidades. Publicou Poemas da Intermitência, 1988, poesia.


Trovas

Balbina Ferreira



Finda o dia. Tudo é calma.

O Sol se põe. Anoitece.

Ergue a Deus, homem, tua alma,

No silêncio de uma prece.



o



Se nos prazeres do mundo

a tua alma entontece,

pára, ao menos um segundo,

e pensa em Deus numa prece!



o



A vida sem ideal

não pode ser bem vivida

e, portanto, é natural

que se viva bem a vida.



o



Não faça nada no mundo

sem consultar a razão.

Há muito mal oriundo

de impulsos do coração.



Antologia Água Escondida (1994). Página: 50



*BALBINA FERREIRA (Boa Esperança, Rio Bonito, RJ, 14 ago. 1915). Professora. Funcionária aposentada do Ministério da Fazenda. Esperantista, participou de diversos encontros estaduais e de congressos nacionais e internacionais. Do Niterói Esperanto Klubo, onde leciona.




Fonte: Livro : Antologia água escondida.

Grata Gilda por essse excelente material.




































































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