segunda-feira, 1 de novembro de 2010

" Eleições"- Claudia de Luca

A professora em sala de aula...


Aula de Ed. Física.

-Turma, hoje, faremos aula livre. Vocês poderão escolher democraticamente o que desejarem para a aula, desde um joguinho de queimado até um pequeno torneio do esporte que quiserem.

O que descreverei aqui foi atestado em 26 anos de magistério em mais de 200 turmas e 7000 alunos.

Esse é um dos motivos que reduz o tempo para a aposentadoria de um professor. Você acha difícil lidar com seus 3 ou 4 adolescentes em casa e nós lidamos com eles, anualmente, aos bandos quando ficam mais fortalecidos em seus devaneios febris sobre o que é tornar-se pessoa!! E, detalhe, trabalhamos por amor a essa exuberância juvenil e não pelo nosso pequeno salário, parcas condições e recursos, pouco prestígio e etc. etc. etc...

Voltando à sala de aula em questão, invariavelmente, nessa aula (livre) de democracia teremos em torno de quarenta e não menos 40 minutos de discussão - algumas acaloradas demais para o exercício de uma atividade pontual que, por sua vez, estará ficando comprometida pela dificuldade de um consenso.

Diante da liberdade de escolha TODOS querem fazer valer a SUA vontade certíssimos de que isso será o Melhor para TODOS. Muuuuuuiiito difícil levá-los a perceber que seria muito mais divertido se nos uníssemos o mais rapidamente possível à maioria para que a escolha seja vivida ao invés de empacarmos no inteminável processo de escolha que empata a experiência da AULA LIVRE.

Depois de, finalmente, chegarmos à um acordo, nos 15 minutos de aula que nos restam, assisto ao seguinte quadro: - meia dúzia realiza que escolheu, três ou quatro que insistem em boicotar e à outra - maior parte - que reúne um pouco de cada partido, se auto desanima da aula e se esquiva de participar (vai ao banheiro, vai beber água, fica com cólicas, lembra que tem asma e não pode correr, pede para estudar para a prova do próximo tempo e etc. etc. etc.)

Enquanto isso, os alunos que saíram da escola e estão na sociedade, tornam-se cidadãos...

E a professora como cidadã não desiste da tarefa muuuuito difícil de levá-los a perceber que...

e, acreditem, escrevo com o mesmo amor que tenho aos meus alunos e à minha Nação!

Caros amigos,

Esta é a hora que a democracia pede seu ônus!!!

Eu não fiz campanha para nenhum dos dois porque minha canditada perdeu no primeiro turno, mas insistir em comportamento de campanha é desrespeitar a maioria.

Durante muito tempo batalhamos por eleições. Agora que a possuímos com a mais avançada tecnologia eleitoral do mundo (vc sabia?) é hora de mostrar o seu valor.

Está na hora do BR45IL aceitar o Brasil, perdoar Suas imperfeições, elevar Sua autoestima e não perder o foco da Nação como um TODO!

O Brasil precisa da nossa União. Unir quem pensa igual é fácil!! Vamos nos unir pelo nosso IDEAL de Nação.

Isso também é maturidade ESPIRITUAL!

MEDITE sobre isso. Não teça julgamento tão rapidamente quanto lê.

No Facebook uma amiga escreveu o que pode conincidir com o que você está sentindo: - "eu não posso obrigar meu coração a se sentir feliz e cordato aonde eu não me sinto harmonizada,sorry....visto a carapuça sem medo e sem covardia."

E eu, amorosamente insisto, como insistiria com alguns de vocês...

Compreendo e acolho perfeitamente essa colocação! Não clamo por falsa alegria e nem conformismo. Clamo pelo sagrado ofício que, às vezes, nos é imposto e que só um olhar honesto mesmo que doloroso é capaz de captar. É quando o Sagrado Ofício se traduz em sacrifício. Só os corajosos são capazes disso. Somos Um. Nós e Eles.

Isso também é maturidade espiritual!



Um abraço fraterno,

Cláudia de Luca.

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