terça-feira, 7 de setembro de 2010

A natureza de Guido Sterkendries



"Hoje mais do que nunca se faz necessária uma ética do cuidado, porque tudo está descuidado. A cada dia cerca de 20 espécies de seres vivos desaparecem de forma definitiva dada a presença agressiva do ser humano. Ele se fez um homicida das grandes expressões da biodiversidade da vida".


As palavras são do teólogo e escritor Leonardo Boff, em suas reflexões no Espaço Cultural CPFL. Ao participar das discussões sobre a vertigem do mundo contemporâneo, que produz desencontros e provoca dúvidas quanto ao próprio futuro da vida na Terra, Boff propôs o resgate da ética e do sentido da responsabilidade humana com relação ao equilíbrio perdido da natureza.

"Não existe meio ambiente. Existe ambiente inteiro", alertou, para definir:

"Esse ambiente inteiro é a comunidade de vida da qual somos parte e parcela, com a responsabilidade e missão de cuidar disso".

Para Boff, é urgente a correção de rumos, uma revisão de postura das ações humanas em relação à biodiversidade, à atmosfera, para que seja garantida a continuidade da vida. Ele lamentou:

"O ser humano veio sistematicamente agredindo e pilhando os recursos da natureza. Só que hoje ele chegou a um limite. A continuar essa lógica, ele pode ir ao encontro do pior. Pode ir ao encontro do destino dos dinossauros."

Em suas ponderações, ele manifestou esperança em que o ser humano assuma nova postura em relação à natureza, à vida toda, retomando o sentido da transcendência inerente a sua condição. Disse o teólogo:

"É essa dimensão do ser humano que transcende o princípio da pura necessidade, do puro desejo de postos de dominação, para dimensões de amorosidade, de cuidado, de generosidade.

E de solidariedade."
 
Leonardo Boff

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