quarta-feira, 5 de agosto de 2009

História do Palhaço





" Se você tivesse acreditado nas minhas brincadeiras de dizer verdades, teria ouvido muitas verdades que insisto em dizer brincando... Falei, muitas vezes, como um palhaço, mas nunca desacreditei da seriedade da platéia que sorria".
Autor: Desconheço


A HISTÓRIA DO PALHAÇO

Os palhaços são conhecidos há aproximadamente quatro mil anos, mas a verdade, é que desde sempre, e através dos tempos, inúmeras pessoas dedicaram-se à arte de fazer rir.
O Palhaço no Oriente
Nas cortes dos imperadores chineses os palhaços adquiriram importante papel, podendo inclusive fazer com que o imperador muda-se de idéia em suas decisões. Por mais de mil anos, em várias partes do Oriente (como Malásia, Burma e o Sudeste da Ásia) os palhaços apareciam em teatros, mesmo em representações religiosas; eram conhecidos como “Lubyet” (homens frívolos), os palhaços e atuavam como desastrosos assistentes dos personagens príncipes e princesas.
Na Malásia os palhaços se chamavam “P'rang” e usavam horrendas máscaras de bochechas e sobrancelhas enormes, cores carregadas e um grande turbante, criando uma figura pavorosa.
Alguns dos melhores palhaços asiáticos vêm de Bali; os personagens mais populares e que ainda se pode ver são os irmãos Penasar e Kartala. O primeiro palhaço aparece sempre preocupado e angustiado, e nunca deixa de comportar-se bem; o segundo palhaço não faz nada do jeito certo, senão tudo ao contrário.
O Palhaço na Grécia e Roma
A história no palhaço na antiga Grécia existe a mais de 2.000 anos, os palhaços faziam parte das comédias teatrais. Após a apresentação de tragédias sérias, os palhaços davam sua própria versão do fato, onde os heróis apareciam como idiotas perante o palhaço. Seu alvo preferido era Hércules, mostrando que suas façanhas aconteciam mais pelo acaso do que intencionalmente.
Também na antiga Roma existiam diversas classes de palhaços; Um palhaço era Cicirro, que se caracterizava com uma máscara de cabeça de galo e cacarejava movendo os braços como asas, e o outro palhaço era Estúpido, com gorro pontiagudo e roupa de retalhos. Os outros atores aparentavam estar enojados e batiam nos dois palhaços causando ainda mais riso entre o público.
O Palhaço na Idade Média
Já no início da Idade Média, com os teatros fechados, artistas perambulavam por toda parte para atuar onde pudessem, para sobreviver, participando de feiras em várias regiões. Na Alemanha e na Escandinávia os palhaços eram conhecidos como “gleemen”, e na França, “jongleurs” (malabaristas). Os palhaços contavam contos, cantavam baladas, eram músicos, malabaristas, mímicos, acrobatas, equilibristas e toda sorte de artistas. Em épocas mais festivas, grupos de mímicos e palhaços apresentavam danças e comédias nessas feiras. Nesses grupos, depois dos bailarinos, os personagens mais importantes eram os palhaços, que levavam uma bola atada por um barbante, com o qual iam batendo nos espectadores, a fim de abrir espaço para a atuação dos mímicos e dos próprios palhaços. Com freqüência levava uma vassoura para varrer as pessoas do local gritando: "Espaço! Espaço! Preciso de espaço para recitar minhas trovas!". As palhaçadas eram, nessa época, mais importantes do que a própria história que se apresentava.
Foi também na Idade Média que surgiu a figura do bufão, ou “bobo da corte” (palhaço da corte); alguns eram realmente “bobos”, mas a maior parte era formada por palhaços inteligentes que se faziam de estúpidos para alegrar as pessoas com a arte do palhaço.
Na Alemanha, os palhaços eram chamados de “alegres conselheiros”, pois, em suas agudas observações, cada palhaço incluía bons conselhos.
Ainda durante a Idade Média os palhaços atuaram nos teatros pouco a pouco “re-abertos”, principalmente em comédias religiosas, representando o “diabo”, os “vícios”, a estupidez e o mal. Muitas vezes o narrador era um palhaço que mantinha a platéia entretida, atenta, e explicava melhor a história. Cada vez mais o papel do palhaço foi se tornando mais importante, ressaltando os contrastes, até que William Shakespeare mostrou que o palhaço podia não só fazer rir, como fazer chorar, e tornar ainda mais dramáticas as cenas trágicas de uma obra, os palhaços passaram a ser tão importantes, nessas representações, quanto os atores sérios de grandes clássicos do teatro.
O Palhaço na Commedia Dell'Arte
No século XVI, na Itália, surge a “Comédia de Arte”, com companhias e personagens que se tornaram muito populares.
Cada um vinha de uma região diferente da Itália e tinham características marcantes que os tornavam facilmente reconhecíveis. É o caso do Arlequim, com sua roupa de retalhos; o Pantaleão, veneziano, e de vermelho; Briguela, de branco e verde; Polichinelo, de branco e gorro pontiagudo; o Doutor, de negro e o Capitão, com sotaque espanhol e roupas militares. Esses personagens tinham características muito definidas e seus papéis eram quase sempre os mesmos e se tornaram tão famosos que os atores eram mais conhecidos pelos personagens que interpretavam do que por seus próprios nomes.
Da Itália, a Commedia Dell''Arte se estendeu por toda a Europa, adaptando-se a cada país, como na Inglaterra, onde, por exemplo, Pulcinella se tornou Mister Punch, personagem conhecido até os dias atuais, ou o Pierrot, transformado em “clown” (palhaço), sendo que o mais famoso foi Grimaldi, nascido em 1778.
Os palhaços e os primeiros circos
O circo moderno parece ter surgido a partir de 1766, criado por um jovem sargento, chamado Philip Astley. Primeiro, a princípio o circo era formado com atrações eqüestres e logo, enriquecendo as performances com artistas mambembes e atrações mais divertidas para mesclar com as exibições de equitação. O palhaço mais importante foi “Mr. Merryman”, que atuava a cavalo.
Com o tempo mais atrações foram sendo incluídas no circo, surge o palhaço “branco”, ou “clown”, palhaço vestido ricamente com lantejoulas e gorro pontiagudo, cara branca e pouca maquiagem; o palhaço “augusto”, tonto, desajeitado e extravagante; o palhaço “toni” e o palhaço “excêntrico”, arquétipos de palhaços que iam colaborando para que a gargalhada corresse solta no circo.
Vários números de palhaços no circo, eram conhecidos como “entradas de palhaços”, se tornaram clássicos circenses, como “O Espelho Quebrado”, “Hamlet”, “A Água”, “A Estátua”, “O Barbeiro de Sevilha”, etc. E podem ser vistos ainda hoje nos números de palhaços em grandes circos. Outra maneira do palhaço participar dos espetáculos circenses é através das “reprises de palhaço”, pequenas cenas de palhaços que acontecem enquanto se prepara a parafernália de um novo número no circo (como preparar as jaulas, o trapézio, etc.). No início do século XIX outra participação importante dos palhaços no circo se dava na segunda metade do espetáculo, quando estes apresentavam uma “pantomima” cômica, um pequeno espetáculo de cunho teatral, dentro do espetáculo circense, muitas vezes baseado em clássicos da dramaturgia e da literatura mundial.
O palhaço era, até pouco tempo, o principal personagem de um circo, sendo uma honra ao palhaço ocupar esse papel tão importante a todos os circos. Geralmente, os palhaços são habilidosos em alguma arte, muitos são grandes acrobatas, músicos, malabaristas, domadores, bailarinos, piadistas, cantores, equilibristas, atores, mímicos, enfim grandes artistas de circo.
Hoje em dia os palhaços ocupam espaço não só nos circos, estão presentes nas ruas, nos teatros, na televisão, no cinema, eventos, enfim, em vários e infinitos espaços e, se um dia, descobrirmos vida em outros planetas, descobriremos, também, novas formas de fazer rir, pois, dentro do mais íntimo de todos os mundos, existe, reluzindo o riso, o Mundo do Nariz Vermelho, o Mundo do Palhaço.
Fonte: site O Malabarista

"O sorriso é o idioma universal."
(José Wladimir Klein)



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