terça-feira, 28 de julho de 2009

O teste da Orelhinha


Em muitas cidades desse país tem sido recorrente o aumento de crianças portadoras de alguma deficiência auditiva. Já passou o tempo em que estes problemas eram cinco em cada mil bebês. Porém o que nem todos sabem é que existem meios de se prevenir dos muitos problemas que podem ocorrer.

Existem alguns testes especiais feitos assim que o bebê nasce e um deles é o teste da orelhinha. Infelizmente no Brasil nem todos os hospitais adotam esse procedimento. Este teste é indicado por ser importante para o diagnóstico da audição do recém nascido.O ideal seria que o bebê fizesse o teste antes do terceiro mês de vida. No Brasil leva-se em média de três a cinco anos para se chegar a esse diagnóstico, coisa que em outros países leva seis meses. A falta de informação tem sido um dos agravantes.

Muitas crianças têm sido diagnosticadas tardiamente como deficientes auditivas ou com surdez. Os prejuízos na vida dessas crianças serão visíveis não apenas no aspecto intelectivo e cognitivo, mas também no emocional.

A audição é muito importante para a aquisição e o desenvolvimento da linguagem. Quando o bebê nasce com alterações na audição, isso significa que ele perdeu os estímulos auditivos ainda no ventre materno.

Existem alguns fatores que podem levar o bebê a ter alterações auditivas, enquanto está em formação no ventre da mãe. Entre eles, serve como exemplo a alteração na formação das estruturas envolvidas na captação, condução ou interpretação dos sons. Essas alterações geralmente são causadas por remédios utilizados pela mãe no período de gestação. A prematuridade, fatores genéticos e infecções congênitas e herpes são outros fatores que podem causar o problema.

Os bebês que pertencem ao grupo em que as mães tiveram algum desses fatores envolvidos na gestação, são chamados de bebês de alto risco. Mas fica aqui o alerta que o bebê considerado “normal” também pode apresentar alterações auditivas.

Alguns sinais podem ser facilmente percebidos pelos pais ou pelos familiares. Basta apenas um pouco de atenção. A audição passa por uma forma de maturação, por isso, conforme o amadurecimento do bebê, as respostas vão se tornando mais claras e tornam-se evidentes. Por exemplo, se o bebê recém-nascido acorda com um ruído interno, com um pouquinho mais de idade pode apresentar reflexo de susto e chorar.

Com três ou quatro meses, o bebê vira a cabeça tentando localizar o som. A partir de 9 a 13 meses, ele já deve localizar lateralmente, para cima e para baixo, de onde o som está vindo. Com dois anos, já pode localizar o som em qualquer ângulo, assim como um adulto ouvinte normal. Então, o processo de maturação da audição estará completado.

Quanto mais cedo for detectada a perda auditiva, maiores serão as chances de estimulação para o desenvolvimento do bebê. Acredita-se que, se até seis meses a perda auditiva for detectada, a criança poderá adquirir uma linguagem muito próxima da criança que não apresenta problema.

O ideal é que os hospitais e maternidades ofereçam o teste da orelhinha com a mesma rotina que se faz o teste do pezinho.
O exame é feito de forma natural, que após os resultados obtidos serão analisados pelo médico responsável.

Infelizmente nem todos planos de saúde contemplam o teste. Mas, é necessário que o mesmo seja viabilizado e se torne uma rotina normal em todos os hospitais desse país.


Fonte: Estudo realizado em 2007 pela SEB.

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