sexta-feira, 31 de julho de 2009

Enriquecimento Ambiental

O trabalho no zoológico de San Diego (EUA) e está na organização "The Shape of Enrichment", cujo site, aliás, tem várias informações sobre enriquecimento ambiental.

Mas afinal, o que é isto?

Animais em cativeiro vivem em ambientes muito menores daqueles onde estariam originalmente na natureza. Não tem predadores dos quais fugir, nem precisam buscar alimento ou água, pois já está tudo ali, prontinho e disponível para eles. Resultado: a vida deles é um tédio só! Assim, esses animais podem ficar, e geralmente ficam, muito obesos. Além disso podem ficar nervosos e irritados, ou mesmo apáticos com o resto do mundo. Muitos animais desenvolvem o que chamamos "comportamentos estereotipados", como as onças que ficam andando de um lado para o outro, repetidamente. Esses comportamentos não são normais, e não ocorreriam na natureza.

Assim, o enriquecimento ambiental é uma tentativa de tornar a vida destes animais melhor. Existem vários tipos de enriquecimento. Geralmente o primeiro a ser realizado é uma mudança no recinto onde está preso o animal. Galhos e cordas permitem que macacos e aves utilizem melhor o espaço. Alguns animais ganham um local para se esconder se quiserem. Outro tipo de enriquecimento é mudar a alimentação, tornando-a mais próxima do que o animal come na natureza. Ou dificultando o acesso ao alimento, assim o animal precisa "trabalhar" um pouco para consegui-lo. Por exemplo, os biólogos podem esconder o alimento em caixas, oferecer alimento vivo para animais carnívoros (geralmente isso é feito quando o público do zoológico não pode ver) ou até mesmo enterrar a comida. Claro que tudo depende do tipo de animal com que estamos lidando.


Às vezes um simples brinquedo, como caixas de papelão ou pedaços de tecido podem manter um animal distraído - e ativo - por horas a fio. Nem sempre é tão fácil. Como fazer um enriquecimento ambiental para jabutis, por exemplo? Uma vez conheci um biólogo que simplesmente pendurou a saladinha dos jabutis alguns centímetros acima da cabeça deles. Assim eles eram obrigados a erguer ao máximo o pescoço, e demoravam mais para comer. Parece maldade, né? Mas na natureza os animais não conseguem alimento tão facilmente como no zoológico.

Existem muitos tipos de enriquecimento que estão sendo testados nos zoológicos. Não existem receitas prontas, cada recinto é construído de um jeito, e cada animal (mesmo os da mesma espécie) reage de forma diferente aos estímulos. O importante é sempre pensar na segurança deles. É sugerido responder a uma lista de perguntas para avaliar se o enriquecimento escolhido não vai fazer mal ao animal. Há bordas pontiagudas ou ásperas? O objeto ou partes dele podem ser engolidas? O animal pode ficar enroscado no item? O objetivo final sempre é aumentar o bem-estar do animal

Como saber se um animal está realmente feliz? Não é muito simples. Por exemplo, podemos supor que uma ave prefira um recinto bem grande, onde ela possa voar bastante. Mas sabia que nem sempre recintos maiores são melhores? Aves raramente se reproduzem em recintos grandes. Além disso, ao ganhar impulso no vôo, elas podem se machucar ao bater contra as grades, o que não aconteceria em um recinto pequeno.
Existe muita coisa para se falar sobre o assunto. Existe também o enriquecimento ambiental para animais de laboratório e, como não, para animais domésticos... Mas vai ter que ficar para uma próxima vez!


Fonte: Tipos de enriquecimento - Fundação Parque Zoológico de São Paulo

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